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Atualidades › 20/07/2018

4 perguntas frequentes sobre infraestrutura com fibra óptica

Por Carlos Morrison Fell *

Fibra ÓpticaNos meus 16 anos no mercado de infraestrutura de telecomunicações vi e ouvi muita coisa. E as pessoas sempre fazem perguntas sobre fibra óptica: querem saber como suspendê-la ou dobrá-la, quais regulamentos devem ser observados, etc. Por conta disso, resolvi reunir algumas das dúvidas mais comuns neste artigo.

1.    Posso dobrar a fibra em cantos vivos?
No passado, ficávamos limitados a onde e como posicionávamos o armazenamento de folga. Nós desenvolvemos carretéis no suporte aéreo para garantir um grande raio de curvatura. Às vezes, fazíamos ajustes passando por diferentes estruturas para acompanhar as curvas e absorver toda a folga necessária. Agora, a fibra de raio de curvatura reduzida (RBR) é classificada conforme um padrão específico; existem painéis, quadros, caixas de parede, etc, que podem acomodar a folga na unidade.

Mas isso vai significar que você não precisa mais se preocupar com bobinas soltas? A perda na dobra desaparece? Você se incomoda em testar? Ainda existem padrões de raio de curvatura de vidro de fibra óptica. O padrão ITU-T G.657.A1 tem um raio de curvatura mínimo de 10 mm, o G.657.A2/B2 tem 7,5 mm e o G.657.B3 tem 5 mm. Com os raios de curvatura especificados, você precisa manter sistemas limpos com o RBR apropriado. Ainda pode haver perda na curvatura, mas talvez não da mesma forma que no passado. Historicamente, você rastrearia a fibra para acompanhar fisicamente a curva. Com a fibra atual, a perda na curva pode indicar a instalação inadequada de um conector ou um problema de colocação dos cabos em uma bandeja de emenda.

A fibra RBR é um grande passo na tecnologia de fibra que se expandirá para todas as partes da rede, incluindo a parte externa da fábrica. Lembre-se que, com o uso adequado e controle do cabo, os técnicos devem conseguir eliminar a perda na curvatura em toda a rede.

2.    Ouvi falar sobre conectividade de 8 fibras, mas uso MPOs de 12 fibras (multi-fiber push). Preciso mudar?
Existe um ditado que diz “menos é mais”, mas neste caso, é o contrário. A resposta é não, você não precisa mudar. Se bem gerenciada, uma infraestrutura MPO de 12 fibras com mais fibras por conector fornece 50% mais fibras utilizáveis por conector no mesmo espaço. Isso é importante, pois os padrões em evolução continuam usando fibras duplex como opções de conectividade usando no mínimo 100 Gbps.

O principal motivo para a introdução de conectores MPO de 8 fibras foi fornecer suporte a aplicações de sinais paralelos usando 8 das 12 posições de fibra disponíveis do conector MPO de 12 fibras, que é o padrão da indústria. Esta aplicação normalmente ocorre em um transceptor QSFP (Quad Small Form-factor Pluggable). Exemplos desse transceptor: 40GBase-SR4 ou 100GBase-SR4, nos quais quatro pares de fibras entregam 10G ou 25G cada um para atingir um canal de 40Gbps ou 100Gbps.

Existem outras opções de conector multifibra, como o MPO de 12 fibras ou o MPO de 24 fibras, que continua a ganhar popularidade no mercado. Ambos são padrões da indústria. Os MPOs com mais fibras fornecem muito mais flexibilidade arquitetônica e eficiência do entroncamento em comparação com a aplicação de 8 fibras.

3.    Por quanto tempo posso suspender a fibra autossustentável?
A maioria dos cabos de fibra óptica autossustentáveis pode suportar mecanicamente as cargas de longas distâncias que normalmente são especificadas para cada cabo. Porém, as extensões são frequentemente limitadas pela tensão colocada no vidro da fibra óptica dentro do cabo e/ou pelos requisitos mínimos fornecidos no National Electric Safety Code (NESC) (código nacional de segurança elétrica).

A CommScope fornece extensões em três categorias: acesso de veículos NESC, acesso de pedestres NESC e categoria “infinita”, dentro de cada categoria de carga NESC: leve, média e pesada. Quando um cabo de fibra autossustentável for encaixado em uma corda de suporte, como a corda EHS de ¼” e 6,6 m, os limites de extensão da fibra autossustentável não se aplicam, pois a carga está sendo colocada no fio e não no cabo.

A única maneira segura de conhecer as limitações é consultar as especificações do cabo.

4.    A fibra será a melhor solução para conectar rádios de rede celular no futuro?
Aqui está o consenso. As operadoras de redes móveis optarão pela fibra como a tecnologia preferida para backhaul e fronthaul para rádios de redes celulares sempre que possível, por causa do uso de largura de banda cada vez maior atualmente e no futuro.

A densidade dos rádios no celular do futuro exigirá a convergência de rede entre o tráfego com fio e sem fio, aumentando a adoção de soluções de rede de fibra que fornecem a densidade, acessibilidade e flexibilidade para os vários aplicativos necessários no futuro.

Outro grande fator é a redução no consumo de energia e otimização do uso do espaço na torre. Muitas operadoras agora estão mudando para a arquitetura C-RAN (RAN centralizada), e a fibra é fundamental nesta transição. Com a C-RAN, as unidades de banda base (BBU) são deslocadas da parte inferior da torre para escritórios centrais ou locais de agrupamento de BBUs, que podem estar localizados a vários quilômetros de distância.

No escritório central, as BBUs de várias estações rádio base são agrupadas e conectadas à cabeça de rádio remota via conectividade fronthaul (para transportar dados das estações para o grupo de BBUs) e backhaul (para transportar dados das BBUs de volta para a rede principal).

A C-RAN é uma maneira eficaz de aumentar a capacidade, confiabilidade e flexibilidade da rede, reduzindo os custos operacionais. É também um passo necessário rumo à cloud-RAN, na qual a funcionalidade das BBUs se tornará “virtualizada”, permitindo maior elasticidade e escalabilidade para futuros requisitos da rede.

 

(*) Carlos Morrison Fell é vice-presidente da área de engenharia de aplicações em campo da CommScope para a região das Américas

 

Fonte: CIO

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